Monday, March 16, 2009

Vácuo noturno

Não, não vou chorar
Embora por dentro pareça desabar
Recolho a cena, as palavras, o falar

No sofá fico sentada
Com a respiração muda
Espero a hora passar
Procurando por onde escapar

Meu tudo, agora é pouco
Nada basta, nada há
O inútil se apondera
Perco o sono, perco a fome, por vezes até o ar

Bebo sapo
Engulo lagoa
Enfrento a fúria de um furacão
O fervor de um vulcão

Olho para os pés
Falta-me o chão
Quero pisar...

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