Monday, February 27, 2012

Vendavais

Mesmo em meio aos tantos vendavais
Rajadas da brisa batem no rosto

O vento transporta
A alma corre solta, corre leve
A mente vaga por espaços desconhecidos e indeterminados
O corpo dança devagar

E num compasso ritmado, controlado
A vida numa valsa se embala
Pra viagem ou pra consumo imediato

Os olhos já vêem além
Saltam manguezais
Escorregam sobre as geleiras
Que, por hora, começam a derreter

No tic e tac do relógio o tempo se ajusta
A compreensão sobressalta
O entendimento vira algo anatômico

A dor transforma todo ser em um eterno camaleão
E essa metamorfose me colore, me seduz
Constrói novas memórias e me refaz

O mundo gira, a gente se conhece
A gente se permite
E onde era pó, agora nasce uma rocha

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