Wednesday, July 11, 2007

Janelas

Abrem-se janelas e lá está o meu olhar
Perdido, rendido
Remediado pela dor
Ao infinito de uma alma ferida, morta
A espiar pela porta
Com vistas pra solidão

Marcas de algum viver
Manchadas em papel marchê
Deixadas em esquinas, estradas
Sem tempo, placa e palavras
Levadas por um vento qualquer

Pista paralela, um muro caído
Ventre infértil em perigo
Numa escrita vazia
Por mãos atadas de nó cego
Sou a morte do ego

Marcos e marcas
Aquelas que planejamos
Aquelas que nunca almejamos
Aquelas que parecem ser
Aquelas que aparecem sem saber
E ninguém mais consegue ler

Dos rochedos, as roxidões
Das alegrias, as tristezas
Das rosas, os espinhos
Fincados em meus pensamentos
Dos mais profundos aos “mais” pequenos

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