Mesmo em meio aos tantos vendavais
Rajadas da brisa batem no rosto
O vento transporta
A alma corre solta, corre leve
A mente vaga por espaços desconhecidos e indeterminados
O corpo dança devagar
E num compasso ritmado, controlado
A vida numa valsa se embala
Pra viagem ou pra consumo imediato
Os olhos já vêem além
Saltam manguezais
Escorregam sobre as geleiras
Que, por hora, começam a derreter
No tic e tac do relógio o tempo se ajusta
A compreensão sobressalta
O entendimento vira algo anatômico
A dor transforma todo ser em um eterno camaleão
E essa metamorfose me colore, me seduz
Constrói novas memórias e me refaz
O mundo gira, a gente se conhece
A gente se permite
E onde era pó, agora nasce uma rocha
No comments:
Post a Comment